Uma das maiores maravilhas da imponente Basílica de Nossa Senhora da Assunção (Basílica do Mosteiro de São Bento) é o Grande Órgão Walcker.

  

Por Ir. João Baptista Barbosa Neto, OSB 

O Grande Órgão do Mosteiro de São Bento de São Paulo

Este magnífico e harmonioso instrumento, com mais de seis mil tubos, foi inalgurado em 1954, quando das comemorações dos 400 anos de fundação da cidade de São Paulo. 

Fabricado pela Casa Walcker, da Alemanha, possui setenta registros reais, quatro teclados manuais e pedaleira completa. Encontra-se do lado esquerdo do transepto da igreja, sustentado por duas grandes colunas talhadas em carvalho. O conjunto artístico é uma alegoria da vida do monge, obra do artista Heirich Waderek. 

Monumento artístico do Grande Órgão 

O Opus Dei é o centro da vida monástica. Segundo a Regra de São Bento, o Monge deve dividir seu tempo entre oração e trabalho – Ora et Labora. O órgão então, representa o louvor do monge, a oração cantada, o Ofício Divino. As duas colunas são representadas por estes dois aspectos da vida do monge: As colunas representam a oração e o trabalho daqueles que vivem no mosteiro. Na parte superior às colunas encontramos em dourado um dos versículos bíblicos mais importantes na vida do monge: Trata-se de um fragmento do Salmo 118, em latim. “Sucipe me domine secundum eloquium tuum et vivam; et non confundas me ab expectatione meam” – Recebei-me, Senhor, segundo a Vossa Palavra e viverei; e em minha esperança não me decepcioneis. Este versículo espressa a entrega total do monge no dia de sua profissão monástica. Há ainda, a tribuna da consola, dividida por onze caixotões entre pequenas colunas em carvalho. Em cada caixotão encontra-se a inscrição Pax – Paz – primeira divisa da Ordem Beneditina. 

Considerado um dos mais harmoniosos e completos órgãos de grande porte do país, passou, no ano de 1998 (aniversário de 400 anos do Mosteiro) por aperfeiçoamento técnico, recebendo uma nova consola fabricada pela casa Laukhuff – também alemã – seguindo projeto especialmente elaborado para comportar mais de duas mil combinações. 

O antigo órgão 

Antigo órgão do Mosteio, atualmente instalado no Santuário N. S. de Fátima, no Bairro do Sumaré

Mais o Grande Órgão não foi o primeiro órgão do Mosteiro de São Bento. Já por ocasião das conclusões estruturais da Basílica, no inicio do Século XX, foi instalado na mesma igreja o órgão Gebruder Spaeth. Em 1925 o antigo órgão foi reformado e ampliado, passando por outra reforma e ampliação no ano de 1938. Com a compra do novo órgão, o antigo instrumento foi transferido para o Santuário de Nossa Senhora de Fátima, no Sumaré. O mesmo passou por um completo restauro e teve nova ampliação, recebendo um moderno sistema digital de tração e combinações ajustáveis no ano de 2008, por Rigatto & Filhos – Família artesã proprietária de uma das fábricas de órgãos mais respeitadas do Brasil. 

O órgão menor 

Vale lembrar ainda, que o Grande Órgão não é o único órgão da Basílica do Mosteiro de São Bento. Há um outro órgão na galeria da igreja, à direita. Este inaugurado em 1996, é digital e classico, fabricado na Itália pela Ahlborn. Possui três teclados manuais e cinquenta registros. Tal órgão é utilizado em celebrações liturgicas menores. 

Concertos 

Como parte do Centro Cultural do Complexo do Mosteiro de São Bento, a Basílica oferece eventos de músicas clássicas ou sacras. Dentre eles, vale ressaltar os Festivais São Bento de Órgão. Fora desse circuito, há vários concertos de órgão, momentos em que sempre lota o templo do Mosteiro. Além disso, é sempre um atrativo as Missas Dominicais, em que o Canto Gregoriano dos Monges tem o acompanhamento do Grande Órgão.  Uma das maiores maravilhas da imponente Basílica de Nossa Senhora da Assunção (Basílica do Mosteiro de São Bento) é o Grande Órgão Walcker. José Luis de Aquino, Organista oficial do Mosteiro, faz jus ao magnífico instrumento, elevando a todos a um estado indescritível de beleza divina.